terça-feira, 30 de setembro de 2008

carta ao filho


você é apenas um nome 
talvez nem isso
um sonho um delírio a perseguir na memória 
[quem sabe sentimento de culpa!?]
teu silêncio uma paisagem turva 
                               & entorpecida
[o que haveria de mais fascinante 
                             numa infância?]
bom & brando se uma mão ali estivesse 
dizer de uma estação que me alegrasse 
tênue  tempo de alegria
se ao menos você soubesse disso 
tua ausência sempre me sufoca 
uma nova busca
[palavra rouca & interditada 
não vem de você mas de mim] 
tudo isso não chegará a você 
como de costume
nem tornará o mundo compreensível 
para mim [nós]
assim tenho terminado a vida sem você