segunda-feira, 30 de junho de 2008

keine rose für celan



esse espinho que atravessa teus olhos
cria a raiz de um silêncio
lugar de ausência & ansiedade
verbo sem carne
carne sem fibras
[eterna tradução de ninguém]
selam com a morte estas unhas cheias de terra
[lavras o campo ou as campas ?]
a rosa testemunha as larvas
num outono que consome folhas
em tuas mãos
despetalado entre pedras
em sílabas entrecortadas pelos lábios
a fratura da palavra
num grito de desaparecimento
[ou silêncio nas águas lustrais do sena]
atalho que conduz ao abismo
longe dos homens & de deus

[benoni araújo, não por acaso dispersos. 2008]

Nenhum comentário: