segunda-feira, 30 de junho de 2008

pão do tédio


velhas mãos modelam o queixo

longa tarde desbotada em sua quietude 
no olhar do cão um deserto a perseguir 
na estante a beleza calada
como tudo mais na casa 
[uma varanda por varrer
um outono por retirar da relva] 
esse diário de páginas inúteis 
& o amontoar de amargos dias
[vinte e nove de novembro... caros amigos...] 
nada leva nada traz
sequer o filho virá esta  estação
& provável que nem às próximas 
rotas alteradas
                        o descarrilamento de vez 
[a voz do exílio chegando
                                         sob o lodo de tua boca] 
sua vista oculta pelo silêncio
seu tosco coração aquecido em sopa
em nada lembra o vigor de sua escrita 
agora move-se entre rasuras & nada mais 
a náusea de um canto escuro & mudo 
um amor fechando-se em sílabas
sequer o filho virá esta  estação
& provável que nem às próximas 
rotas alteradas
                        o descarrilamento de vez 
[a voz do exílio chegando
                                         sob o lodo de tua boca] 
sua vista oculta pelo silêncio
seu tosco coração aquecido em sopa
em nada lembra o vigor de sua escrita 
agora move-se entre rasuras & nada mais 
a náusea de um canto escuro & mudo 
um amor fechando-se em sílabas

5 comentários:

Anônimo disse...

As palavras latejam em nós e por elas (ou através delas) nos libertamos, nos revelamos de forma sutil, imperceptível, apenas para quem se dedica a nos encontrar através do nosso sorriso sempre feliz ou de nossos olhos sempre brilhantes...a quem se dedique a ver além, em nosso âmago, vislumbrar a nossa alma...É quase um grito de: Essa sou Eu, a verdadeira.Quem encontrar encontrará um tesouro cujo mapa se perdeu ao longo dos dissabores da vida!!!.
Benoni, amo os teus Não por acaso dispersos. São fabulosos. É mágica a maneira como usa as palavras (ou elas te usam).

Bjs 1000!!!
Rosemira Guerreiro
www.rguerreiro.blogspot.com
Tempo e Espaço. O que é isso, exatamente???

MARIAESCREVINHADORA disse...

Excelente texto, Benoni. Para ler e refletir.
Parabéns.
Abraços,

Conceição

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Prometi que te deixaria um recado, no dia do workshop lá na ufpa...
Espero que o lançamento do seu livro tenha sido bom, Benoni. Realmente não pude ir.. Um abraço da Jordana

Anônimo disse...

parece um auto-retrato. não sei se seu ou meu ou daquela mulher ou daquele estranho...